"Essa época é das melhores recordações que tenho"
"Não Sejas Mau P'ra Mim" e "Voltarei" por Dora
Como encarou o convite de Zé da Ponte para interpretar "Não Sejas Mau P’ra Mim" no Festival da Canção 1986?
Esse convite foi óptimo, pois era a oportunidade de ser eu própria a cantar. Participei no festival sem expectativa nenhuma, até porque sou fã da maioria dos artistas que concorreram comigo mas pronto, foi assim que aconteceu. Acho que naquela altura, para a dimensão que o festival tinha, era, sem dúvida, uma rampa de lançamento.
Chegada à Eurovisão 1986, com apenas 19 anos, estava preparada para um evento daquela envergadura?
Para ser sincera, não tinha a menor noção do que é que estava a fazer. Estava apenas muito contente porque ia poder cantar e vestir umas roupas giras.
O seu visual foi motivo de diversas notícias e alvo de inúmeras manchetes nos jornais. Foi uma imagem imposta pela equipa de produção?
Não, nada me foi imposto. A imagem foi escolhida consensualmente entre nós.
Fialho Gouveia, em plena locução do festival crítica a postura e a indumentária da sua participação. Sentiu-se ofendida pelo comentário?
Não, não levei a mal! Acho que nem toda a gente compreendia, na altura, o que era ter 19 anos, gostar do Bairro Alto, apreciar jeans Levis 501...
Como descreve todo o envolvente da sua primeira participação na Eurovisão?
Foi fantástico. Não há nenhum amor como o primeiro, não é? Esta época do "Não Sejas Mau P’ra Mim" é das melhores recordações que eu tenho da minha carreira.
Participa no Prémio Nacional da Música, em 1988, com “Déjà Vu”. Ganhou e apurou-se para o festival desse ano. O que significava este regresso?
Na altura fez sentido, a canção era óptima e então pensámos: “Porque não? Vamos lá divertir-nos mais um bocadinho”.
Tendo presença assegurada no lote de canções que iriam ser alvo da avaliação de um júri para o Festival da Canção 1988, porque é que participou também com o tema “Voltarei”?
Foi uma oferta irrecusável por parte da RTP. No fundo, foi uma proposta que, em momento algum, podia recusar. No entanto, o "Déjà Vu" era, sem dúvida, o tema que eu teria escolhido para cantar na Eurovisão, nesse ano.
Em 1988, falou-se num lançamento no mercado internacional. O que falhou?
Não faço a menor ideia, porque a parte administrativa passava-me completamente ao lado. Tenho pena de não se ter concretizado, mas não sei.
Em 2006, o programa "A Canção da Minha Vida" trouxe-a de volta aos ecrãs. O rumo da sua carreira mudou?
Na época deu-me uma maior exposição, é claro. A nível de contactos, foi sem dúvida benéfico mas, em termos muito representativos, não, pois estava no Casino Estoril que era também um projecto importante para mim.
No seu regresso a Portugal, em 2001, anuncia o lançamento de um novo álbum que nunca foi editado. Agora, lançou o tema "A Vida Inteira (não tem fim)". Estará para breve a edição de um novo álbum?
Continuamos a lutar por isso mas está muito complicado. Em Portugal não é difícil editar um disco. Difícil é conseguir distribuição e fazer as coisas de modo a que o trabalho valha a pena.
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Dora in Anos 80
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Reveja aqui as actuações de Dora no Festival Eurovisão da Canção:
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